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Obras de infraestrutura contêm retração no Pará

sexta-feira, 29 de maio de 2015


A onda investimentos em infraestrutura nos últimos anos no Pará vem amortecendo parte dos efeitos da retração econômica nacional. No primeiro trimestre, em relação ao de 2014, enquanto a produção industrial caiu em 11 de 14 Estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Pará houve crescimento de 8,7%. De um ano para cá, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), o volume de investimentos de longo prazo previstos entre 2012 e 2020 aumentou 20%, atingindo R$ 172,4 bilhões, com 90% em recursos da iniciativa privada e em áreas estratégicas para o desenvolvimento, como mineração, energia, agropecuária e logística.

"Nosso maior desafio será continuar crescendo, a despeito das adversidades nos cenários nacional e internacional, calcando esforços em logística, na dinamização das potencialidades em mineração e na biodiversidade, buscando permanentemente a verticalização da nossa produção", afirma o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki.

"A crise no país criou uma expectativa temerária no início deste ano, mas estamos otimistas, pois os investimentos já em curso e os que estão previstos vão beneficiar não somente o Pará, mas toda a economia da região Norte", afirma José Conrado Santos, presidente da Fiepa. Várias estradas, portos, hidrovias e ferrovias estão sendo construídos em torno da criação do corredor que vai abrir uma via de escoamento da produção entre o Centro-Oeste e o Norte do país.

Obras como a conclusão da BR-163 e o complexo portuário Miritituba-Barcarena mobilizam muitas outras, mudando o perfil econômico do Pará. Até 2020, a expectativa é de que os empreendimentos abram 200 mil novos empregos.

Dados do IBGE mostram, contudo, que o Pará fechou o primeiro trimestre com um índice de desemprego de 9,2%, superando a média nacional, de 7,9%. Uma das áreas atingidas é justamente a construção civil. Segundo o vice-presidente do sindicato do setor (Sinduscon-PA), Alex Carvalho, houve um saldo de cerca de 13 mil demissões no primeiro trimestre, provocado principalmente pelas medidas que afetam o programa Minha Casa Minha Vida, o aumento de juros no crédito imobiliário e a redução no ritmo de investimentos do setor privado.

A indústria da mineração também enfrenta dificuldades, por conta da baixa do minério de ferro no mercado internacional.

A questão do emprego após a conclusão de grandes obras, como Belo Monte, preocupa a Fiepa. "Muitos trabalhadores mudaram para cá para atuar em projetos de longa duração. Se for interrompida a atração de investimentos e a criação empregos, para onde irá este pessoal?", diz Conrado.

Somente na construção de Belo Monte, da Norte Energia, trabalhavam em abril 26.609 trabalhadores, com 77% das obras civis concluídas, segundo o presidente da companhia, Duílio Diniz de Figueiredo. Figueiredo afirma que a empresa desenvolve projetos de capacitação e um "programa de desmobilização de mão de obra, que faz monitoramento dos ex-trabalhadores das obras civis e de montagem por até seis meses após o desligamento". Além disso, a usina tem impacto no emprego do Estado por meio da rede de fornecedores que movimenta. Entre 2012 e 2014, as aquisições de serviços e produtos de empresas paraenses por parte da Norte Energia somaram R$ 12 bilhões, afirma.

Entre os mais recentes investimentos atraídos pelo Pará está a Belém Bioenergia, criada pela parceria entre a Petrobras Combustível e a portuguesa Galp Energia. Foram constituídas duas subsidiárias, a Belém Portugal Bioenergia e Belém Brasil Bioenergia (BBB), instalada na capital paraense. O negócio envolve a produção de óleo de palma exclusivamente para a produção de green diesel da Galp, a ser vendido nos mercados de Portugal e Espanha. "Este é o objetivo inicial, mas pode ser revisto em função de oportunidades que possam oferecer melhores vantagens para o negócio", afirma Danúbio Sousa, diretor-presidente da BBB. O projeto envolve investimentos de R$ 560 milhões entre recursos próprios e incentivo da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), e a produção anual é estimada em 335 mil toneladas anuais de óleo de palma.

Fonte: Valor Econômico

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