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Nível dos reservatórios de usinas hidrelétricas ainda preocupa

sexta-feira, 13 de março de 2015

Apesar das chuvas em fevereiro, a maioria dos reservatórios do país está com volume inferior ao registrado há um ano, situação que deve se agravar nos próximos meses, historicamente secos.

Dos 28 principais reservatórios, 17 estão com níveis de água inferiores aos de março de 2014, dez deles no Sudeste. Em nove, a água não ocupa nem 20% do volume máximo das represas.

Furnas, o maior da região Sudeste/Centro-Oeste, tinha na última terça-feira (10) só 13,96% de sua capacidade ocupada por água. Esse é um dos reservatórios que preocupam o governo, que tem feito a redistribuição de energia usando recursos gerados no Norte e no Sul para minimizar o impacto da seca.

Outros dois –Ilha Solteira e Três Irmãos– já operam abaixo do volume mínimo.


Editoria de Arte/Folhapress


A situação dos reservatórios é grave, na avaliação de especialistas, e o problema deve piorar em abril, quando termina o período chuvoso.

"Os reservatórios são uma poupança de água, e hoje estão vazios. Precisamos de fontes alternativas e, não fosse o baixo crescimento da indústria, já estaríamos num colapso", diz Jefferson Nascimento de Oliveira, docente do departamento de engenharia da Unesp de Ilha Solteira.

Para José Luz Silveira, da Unesp de Guaratinguetá, coordenador do laboratório de otimização de sistemas energéticos e de estudos de pesquisa em bioenergia, se as chuvas ficarem acima da média histórica ainda serão necessários dois anos para que as represas voltem ao normal.

"O governo não vai conseguir chuva para recuperar esse volume. Tem de investir imensamente em termelétrica, cujos prazos de construção e concepção são mais curtos. A energia vai ficar mais cara mas, se não fizer isso, não haverá água para gerar."

Cenários da Seca em Furnas

ALTERNATIVAS
Entre as alternativas citadas pelos especialistas para reduzir a dependência de hidrelétricas estão o uso de energia eólica e da gerada pela biomassa, a partir da cana-de-açúcar, além da proveniente de estações de tratamento de esgoto e aterros.

Para Oliveira, o governo tenta evitar o racionamento com medidas que não devem ser suficientes para evitar o agravamento da crise.

"A combinação de fatores, como importar mais energia e reduzir geração no país, pode elevar o nível de reservatórios, mas é preciso rezar para chover e contar com as condições meteorológicas."

Além do deficit hídrico e do risco de desabastecimento, a seca também gera prejuízos aos municípios banhados por represas de hidrelétricas.

Com as usinas gerando menos energia, o repasse referente ao ICMS cairá. Os municípios também perdem a compensação financeira recebida em virtude da área alagada para as represas.

PACOTE DE MEDIDAS
O governo federal aposta em um pacote de medidas para que o abastecimento energético não fique prejudicado nos meses secos –a partir de abril. Entre eles, uma campanha de estímulo à economia de energia.

A União criou um pacote que prevê a manutenção das termelétricas em sua disponibilidade máxima de operação, recolocou em funcionamento uma térmica em Uruguaiana (RS) no mês passado e avalia ampliar importações de energia de Uruguai e Argentina.

Para abastecer a térmica, o país está importando gás natural da África.

As medidas que estão sendo tomadas pelo governo têm como objetivo preservar os armazenamentos de reservatórios de hidrelétricas nas bacias dos rios Grande, Paranaíba e São Francisco –usinas de Furnas, Emborcação, Três Marias e Sobradinho.

Segundo a pasta, as regiões Norte e Sul do país, que têm armazenamento mais elevado, estão fornecendo energia às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que estão em pior situação, por meio do sistema interligado.

A exploração de recursos energéticos mais abundantes no Norte e no Sul permite "minimizar o impacto de armazenamentos mais reduzidos nesses reservatórios, mantendo-se a garantia do suprimento do país".

O ministério ainda diz que, só no final de abril, após o período úmido, haverá "avaliações mais conclusivas sobre as condições energéticas do sistema elétrico brasileiro".

Já a campanha de estímulo ao uso racional de energia é coordenada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), com apoio do Ministério de Minas e Energia, deve ser divulgada a partir desta quinta-feira (12) e vai priorizar ações na TV.

Fonte: Folha de S.Paulo

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