Orientar e atrair investidores em energias alternativas para o Estado é um dos propósitos do Governo de Minas Gerais, por meio de iniciativas da equipe técnica da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O Atlas Solarimétrico de Minas Gerais é uma ferramenta que ilustra esse objetivo, uma vez que apresenta pesquisa detalhada do potencial energético e das áreas de maior incidência de raios solares. Um diferencial para planejamento e decisão estratégica de grupos, assim como a Asolar Energy, que pretendem investir no Estado.
Além disso, por meio do seu programa de Pesquisa e Desenvolvimento, a Cemig desenvolve uma série de projetos na área de energia renovável, com atenção especial à participação de universidades e centros de pesquisa. Existem iniciativas para a produção de energia elétrica a partir da utilização de resíduos, como biomassa residual de usinas de açúcar e álcool, gases residuais de carvoarias e até a comercialização de energia produzida a partir de gases retirados de aterros sanitários.
Como informa o superintendente de Tecnologia e Alternativas Energéticas da Cemig, Alexandre Francisco Maia Bueno, os projetos na área de energias alternativas, limpas e sustentáveis fazem parte do direcionamento estratégico da Cemig e integram o portfólio de projetos da empresa desde os anos 1990. A primeira usina eólica conectada à rede elétrica na América Latina, no Morro do Camelinho, próximo a Diamantina, por exemplo, foi inaugurada em 1994.
Além disso, “a sustentabilidade está na visão da Empresa que, para manter suas metas de crescimento e de se manter como líder mundial em sustentabilidade, investe permanentemente no desenvolvimento de fontes renováveis, como hidráulica, eólica e solar”, enfatiza o superintendente.
Energia sustentável
A Cemig tem um convênio celebrado com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a Universidade Federal de Lavras (UFLA), o Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) para implantação do projeto Geração Distribuída em Universidades. “Nesta cooperação, a meta é criar um sistema de microgeração solar fotovoltaica de aproximadamente 12 kWp (quilowatts-pico) para desenvolvimento e disseminação de tecnologias inovadoras. A Cemig participa do projeto como responsável pelo fornecimento de treinamento e suporte técnico para sua operação e manutenção e pela doação de 250 unidades de módulos fotovoltaicos de silício policristalino para cada instituição”, explica Bueno.
A Usina Solar Fotovoltaica (USF) do estádio Mineirão, por sua vez, entrou em operação em 2013, interligada ao sistema elétrico para geração de energia. A usina tem uma potência instalada de 1,42 MWp (meagawatts-pico) e conta com cerca de 6.000 painéis solares (módulos fotovoltaicos). Trata-se, atualmente, da maior usina solar em cobertura de arena esportiva no mundo e foi reconhecida com o nível Platinum da Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
A Empresa também investe em pesquisas de veículos elétricos e híbridos, numa perspectiva de futuro para os sistemas de energia inteligente, para melhorar a eficiência energética no processo de uso da energia e dos recursos naturais. Já no campo da energia eólica, a Cemig possui três parques eólicos no Ceará e participação acionária na empresa Renova Energia, que detém mais de 600 MW (megawatts) em parques eólicos no nordeste.
Energias de Minas
Outra estratégia para inserir o Estado como referência na produção de energia limpa é o Programa Mineiro de Energias Renováveis – Energias de Minas. Essencialmente, o programa executado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) cria incentivos para estimular a implantação de novos empreendimentos nesse segmento e, desse modo, ampliar a participação e entrada de energias renováveis na matriz energética mineira.
De acordo com o superintendente de Política Energética da Sede, Guilherme Duarte, a principal ação do Energias de Minas, desde a sua criação em agosto de 2013, foi a regulamentação de todos os benefícios fiscais e sua aplicação. Isto porque os empreendimentos de energia solar, eólica, biomassas, biogás e hídrica, além das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), recebem condições diferenciadas, como a desoneração do ICMS, benefícios fiscais e linhas de financiamento de longo prazo do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
“Como resultado, tivemos 22 empreendimentos que celebraram protocolos de intenção com o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), sendo uma usina fotovoltaica, uma usina de resíduos e as demais PCHs e CGHs”, revela Duarte. “No total, os investimentos foram da ordem de R$ 1,4 bilhão. Além disso, devemos ter, ainda no primeiro semestre, protocolos assinados de mais três empreendimentos de energia fotovoltaica”, completa.
Entre as ações planejadas para 2015, segundo Duarte, está a atração de novas usinas de energia solar. “Queremos criar alguns benefícios adicionais e complementar alguns projetos específicos. Ainda não conseguimos atingir o resultado esperado, por exemplo, quanto à atração de usinas de energia solar. Uma das ideias é promover um leilão estadual de energia fotovoltaica”, conclui.
Fonte: Correio de Uberlândia
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