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Novo mapa de energia brasileiro sai até 2019

segunda-feira, 9 de março de 2015

Novo mapa de energia brasileiro sai até 2019 | Foto: Vanderlei Tacchio / Divulgação / CP Memória

A energia em trânsito nos fios vem basicamente de três fontes quando uma lâmpada é acesa: hidrelétrica, fóssil e biomassa. Mas aos poucos crescem alternativas de geração na matriz da energia elétrica no Brasil. Da potência instalada total, de 134 gigawatts (GW) no país, a procedência hídrica (barragens) responde por 66,6%. Depois vem fóssil (carvão, gás e óleo) com 19%, biomassa (resíduos agrícolas) com 9,2%, eólica com 3,7%, nuclear com 1,5% e solar com 0,01%, informa o professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da PUCRS, Eberson José Silveira. Até 2019, porém, o mapa será outro: estarão concluídos R$ 58 bilhões em investimentos eólicos vendidos em leilões desde 2009. A produção dos ventos do país saltará dos 4.980GW atuais para 14.000GW.

No Rio Grande do Sul, onde a fatia dos investimentos é de R$ 8,6 bilhões, a geração eólica irá dos 805,6MW instalados, para 2.054 GB em cinco anos. A alta na potência elétrica não é estimativa. São contratos de leilões firmados desde 2009, observa Silveira, destacando que ocorreram 13 leilões desde aquele ano.

São nove investidores em energia eólica no RS até 2019, via leilões. Conforme o professor Silveira, a Eletrosul é o maior deles. Sua parte corresponde a 39,9% nos R$ 8,6 bilhões. O segundo empreendedor é o grupo Elecnor, com 25,8%, o pioneiro no Estado em energia eólica. A empresa, com matriz na Espanha, implantou, em parceria com a alemã Wobben Windpower, três parques eólicos em Osório com capacidade total de 150 MW. O primeiro foi inaugurado em 2006. Em ordem decrescente dos empreendedores figuram a Atlantic Energias Renováveis (9,7%), CPFL (5,8%), Odebrecht (5,1%), EDP (3,4%), Santander (3,4%), Enerplan (2,8%) e CEEE (2,7%).

Há um décimo investidor no RS: a Honda Energy. Em novembro de 2014, a empresa inaugurou seu primeiro parque eólico no mundo, em Xangri-Lá, com capacidade de 27MW, mas sua energia é exclusiva para abastecer a fábrica Honda Automóveis, em Sumaré (SP). As demais fontes são conectadas ao Sistema Interligado Nacional, controlado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Já os leilões são feitos pela Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao ministério de Minas e Energia, com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Há três tipos de leilões, explica Silveira: A-3 (produção de energia em três anos), A-5 (produção em cinco anos) e o leilão de Energia de Reserva (o governo contrata a energia para evitar sua falta no mercado).


Produção dos ventos saltará de 4.980 GW para 14 mil GW | Foto: Vanderlei Tacchio / Divulgação / CP Memória

Fonte solar ainda sem força no Estado
Na lenta metamorfose da matriz brasileira de produção de energia, predominantemente hidrelétrica, começa a aparecer uma nova fonte. Em outubro de 2014, ocorreu o primeiro Leilão de Energia de Reserva (LER) do qual participou a energia solar, ou fotovoltaica. Foram captados R$ 7,1 bilhões em investimentos divididos entre eólicas, 31 deles com capacidade instalada de 769 MW, e, o surpreendente, outros 31 de energia solar com capacidade de 889,6 MW. O motivo do sucesso foi a queda, no leilão, do valor do MW gerado pela energia solar de R$ 265 para R$ 215. O MW da fonte eólica também baixou de R$ 144 para R$ 142,30, explica o consultor em energias renováveis, engenheiro eletricista Stevan Silveira.

O Rio Grande do Sul ficou de fora dos negócios fotovoltaicos. Todos os projetos vencedores estão localizados nos estados de São Paulo e do Nordeste, registra o engenheiro. Ainda cara, a energia solar ganhará mais espaço na proporção do barateamento da tecnologia, em especial das células fotovoltaicas. “O governo tenta criar demanda, fomentar uma cadeia produtiva pelo fato de a indústria nacional do setor ainda não ser competitiva. A importação no momento é a alternativa mais barata”, acrescentou Silveira.

Como a energia fotovoltaica usa essencialmente a luz do sol, os estados do Nordeste são hoje mais atrativos, mas a radiação do Rio Grande do Sul, embora seja inferior à observada na região Nordeste, é o dobro da radiação da Alemanha, uma das nações líderes em investimentos e exploração dessa energia, frisa o consultor. “Há um enorme potencial para se explorar futuramente aqui no Estado”, conclui o engenheiro Silveira.

Questão ambiental trava investimento
Acabou-se o “filé mignon” para a geração hidrelétrica no Brasil. Os bons locais para a implantação de barragens viáveis economicamente, sejam elas grandes ou pequenas, foram ocupados, observa o ex-secretário de Minas e Energia no governo de Alceu Collares e hoje diretor da consultoria em energia EPCor Energia, Nilo Quaresma.
O futuro na geração está concentrado nas fontes alternativas de energia. Porém, nesse caminho encontra-se um adversário dos investimentos: a morosidade dos órgãos ambientais, reclamou o engenheiro. “Não podemos esperar até dois anos para a obtenção de uma licença ambiental destinada a um projeto eólico. Segundo ele, “os órgãos ambientais precisam ter mais servidores”.

No caso da EPCor, um projeto de investimento eólico de quase R$ 1 bilhão no Rio Grande do Sul aguarda na fila. “Há um ano e meio estamos esperando pela Licença Prévia”, exemplificou o executivo. A empresa tem 18 projetos de empreendedores no Estado. Essa lentidão é verificada em outras consultorias. A secretária de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, prevê que ocorram melhoras neste cenário. A Secretaria atuará para dar agilidade aos projetos. O aliado dos empreendedores é o Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, mapa detalhado do potencial dos ventos, e o zoneamento ambiental para a geração dessa energia.

“O Estado quer aproveitar a riqueza dos ventos, é parceiro dos investimentos”, afirma a secretária Ana Pellini, mas há limitadores. O RS, disse, tem zonas próprias, médias e impróprias para os empreendimentos eólicos. Na primeira, a rapidez na análise do projeto será total, mas nas áreas impróprias há limitadores. São zonas, por exemplo, com passagem de aves migratórias e áreas que exigem derrubada de árvores para a chegada dos equipamentos. Nesses casos, os critérios de avaliação ambiental precisam ser rigorosos, observou ela.

Fonte: Correio do Povo

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